PONTAS SOLTAS - Exihbition

Fica-nos muita coisa na gaveta. É essa a sensação do avolumar dos dias, que de repente são anos, passados por entre os dedos. Fica muito de nós parado no tempo, porque sim, num quadro de fuga quase perfeita que não anuncia nada a ninguém. Nem quer. Não naquele esboço inacabado que espreita para o outro lado do espelho, não agora. Ficam para nós os produtos sem receita nem prescrição, sem briefing nem urgência que faça expirar memórias, inspirações e ensaios apanhados em folha. Ideias que marcam sem marca, sem cliente, vincadas num espaço sem peso, onde gravitam à espera de um dia qualquer. Ficam-nos os fragmentos. Os de dezoito anos na área da publicidade, para além dela. Obras acabadas sem acabar, sem traço completo ou  objectivo demasiado concreto senão o de deixar apontadas as histórias ouvidas, as influências e os ecos do que nos rodeia e nos faz criar por natureza - essa, para sempre nossa, que nos alimenta as pontas soltas, da fotografia, à ilustração e em todas as outras formas sem nome para as amarrar.